No Mês da Bíblia, Dom Armando Bucciol fala sobre os textos bíblicos nas celebrações

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Ao celebrar o mês da Bíblia, em setembro, a Igreja no Brasil convida a todos a conhecer mais a fundo a Palavra de Deus. Especialmente para esta ocasião, o bispo de Livramento de Nossa Senhora (BA) e membro da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética, Dom Armando Bucciol, faz uma reflexão de como a Igreja se coloca hoje diante da Palavra.

Citando documentos conciliares sobre a Palavra, a começar pela constituição Sacrosanctum Concilium sobre liturgia, dom Armando salienta que nela “Cristo está sempre em sua Igreja, especialmente nas ações litúrgicas”. De acordo com o bispo, o documento recorda que “na Liturgia, Deus fala ao seu povo e Cristo, ainda hoje, anuncia seu Evangelho”.

Dom Armando afirma que essas essenciais orientações dadas pelo Concílio encontraram bela e rica resposta nos anos sucessivos quando, depois de ampla discussão, a Igreja adotou a leitura da Palavra com um ciclo trienal, aos domingos e festas, e bienal – da primeira leitura – nos dias da semana. “Passamos, deste modo, de um três por cento do Antigo Testamento proclamado antes da Reforma, ao 24 por cento do Lecionário atual; e, do Novo Testamento, agora escutamos 70 por cento, antes era vinte e um por cento”, diz dom Armando.

Ao tomar como base o que escrevia Bento XVI na Exortação Apostólica Verbum Domini, de 2010, Dom Armando afirma que cada vez mais temos a consciência de que a celebração litúrgica é “o âmbito privilegiado onde Deus nos fala no momento presente da nossa vida”. O bispo salienta que o papa Bento abria um amplo horizonte à proclamação da Palavra de Deus na Liturgia quando observava que “para a compreensão da Palavra de Deus é necessário entender e viver o valor essencial da ação litúrgica”.

Ainda citando Bento XVI, Dom Armando destaca que o papa exortava os pastores e todos os agentes de pastorais “a fazer com que todos os fiéis sejam educados para saborear o sentido profundo da Palavra de Deus que está distribuída ao longo do ano na liturgia”. De acordo com ele, as palavras de Bento XVI são suficientes para compreender como hoje a Igreja se coloca diante da Palavra.

O outro grande documento conciliar sobre a Palavra intitulado Dei Verbum, mencionado por Dom Armando, afirmava que o Concílio se propôs a “expor a genuína doutrina sobre a revelação divina e a sua transmissão, para que o mundo todo, ao ouvir o anúncio da salvação, creia, crendo espere e esperando ame” (DV, n. 1).

Diante de tais documentos pontifícios, dom Armando reitera seu desejo para que neste mês da Bíblia todo discípulo do Senhor Jesus, junto com sua comunidade eclesial possa dar passos na “compreensão, acolhida e vivência desses votos dos documentos da nossa Igreja”.