Entre os dias 30/08 a 03/09/2021 foi realizado a Semana de Formação em Ipameri (GO) pela CRB – Núcleo Ipameri. O tema principal foi: PODER e AUTORIDADE na Vida Religiosa Consagrada. Estiveram presentes: Filhas do Amor Divino, Missionarias de Cristo, Dominicanos da Beata Imelda, Dominicanas do Santo Rosário, Adoradoras da Santa Cruz, Catequistas de Nossa Senhora da Visitação e o Pe Normado – Saletinos. O encontro foi assessorado por: Fr Moacir Casagrande, OFMcap.
Durante a semana de formação, as comunidades religiosas puderam adentar as diversas questões como o exercício do poder e a autoridade, ressaltando os grandes desafios para à vida Consagrada Religiosa nos dias atuais. Um poder e autoridade que tem sua fonte em Deus, não é imposição, mas uma vida liberta das amarras da lei que oferece a graça da salvação a todos (cf. At 26, 13-18).
Dentre todas as comunidades religiosas presentes, o Fr Moacir procurou usar de modo objetivo o anuncio da Palavra, trazendo de modo coerente a ação do Espírito Santo na ação entre as comunidade: “Há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo; diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo; diversos modos de ação, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos” (1 Cor 12,4-6). O Espírito Santo nos move sempre ao encontro do Senhor e somos motivados à olhando para Jesus, revigorar as nossas forças e ações, uma vez que, a referência do poder e o modelo de uso do mesmo, é Jesus e sua prática.
Todo(a) religioso(a), deve levar em consideração a ação do próprio Cristo que na narrativa do lava-pés nos mostra que: primeiro, servir é a prioridade, o servir com amor promove a unidade e a comunhão; segundo, é preciso o despojar-se, tirar o manto, o distintivo de grandeza e vestir o avental que é sinal de simplicidade; terceiro, tem que haver um rodízio nos ofícios para conter os vícios do poder; quarto, o serviço deve atingir a todos, de modo que todos sirvam e também sejam servidos.
Este período de formação, é sempre necessário para todos aqueles(as) que estão no campo de missão, todos os religiosos(as) consagrados(as) que buscam corresponder com sua disponibilidade diária aos projetos e desígnios do Senhor. O Papa Francisco, por ocasião do ano da Vida Consagrada diz: “Onde estão os religiosos, há alegria” (Carta Apostólica às pessoas Consagradas: em ocasião do Ano da Vida Consagrada. São Paulo: Paulinas, 2014. p. 16-23).
Somos chamados a experimentar e mostrar que Deus é capaz de preencher o nosso coração e fazer-nos felizes sem necessidade de procurar noutro lugar a nossa felicidade, que a autêntica fraternidade vivida nas nossas comunidades alimenta a nossa alegria, que a nossa entrega total ao serviço da Igreja, das famílias, dos jovens, dos idosos, dos pobres nos realiza como pessoas e dá plenitude à nossa vida
Que entre todos de vida Religiosa, não se vejam rostos tristes, pessoas desgostosas e insatisfeitas, porque “um seguimento triste é um triste seguimento”. Também nós, como todos os outros homens e mulheres, sentimos dificuldades, noites do espírito, desilusões, doenças, declínio das forças devido à velhice. Mas, nisto mesmo, deveremos encontrar a “perfeita alegria”, aprender a reconhecer o rosto de Cristo, que em tudo se fez semelhante a nós e, consequentemente, sentir a alegria de saber que somos semelhantes a ele que, por nosso amor, não recusou a cruz.
Que todos(as) a partir desta formação, possam promover o exercício do servir e da escuta, criando um clima favorável ao diálogo e de partilha, sendo solicito aos irmãos e irmãs, promovendo sempre em meio a comunidade a paz, exercendo com zelo a autoridade para com o próximo procurando agir com o outro como o próprio Cristo, sendo sempre obediente aos superiores de modo fraterno.
Que todos os irmãos de Vida Consagrada possam assumir corajosamente com responsabilidade a missão a ti confiada, mantendo sempre o equilíbrio para que não se perca pelos caminhos da vaidade, tendo sempre um coração semelhante ao coração de Jesus misericordioso que em primeiro lugar procura compreender a necessidade do outro e não a julgá-lo. Por fim, promover a colaboração com os leigos, estando sempre disponíveis a atendê-los e a ouvi-los, sendo solícitos e prestativos para que o exercício da autoridade não pese sobre você, tendo sempre em mente que o Senhor Jesus considera tal tarefa um ato de amor.
Sem. Ronaldo Alves dos Santos