Mensagem do Bispo aos seus diocesanos

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Ipameri, Solenidade de Pentecostes, 31 de maio de 2020

MENSAGEM À DIOCESE DE IPAMERI

Amados irmãos e irmãs da Diocese de Ipameri, presbíteros, diáconos, religiosos e religiosas, seminaristas, agentes de pastoral, todos os batizados e pessoas de boa vontade,
Neste dia tão especial, saúdo-vos afetuosamente, à luz da Palavra de Deus: “ A vós, graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e da parte do Senhor Jesus Cristo” (Ef 1,2).
A nossa Diocese está celebrando, solenemente, o seu padroeiro, o Divino Espírito Santo. Hoje é festa em toda a Igreja. Festa da vinda do Espírito Santo sobre os apóstolos e Nossa Senhora. Momento oportuno para redermos graças ao senhor por todo o bem que Ele já tem feito em nosso favor, é tempo de reavivarmos a chama do dom de Deus que há em nós (II Tim 1,6). É tempo de resgatar o dinamismo do seguimento de Jesus, a força, a beleza e a fecundidade da dimensão espiritual de todo ser humano.
O Espírito Santo é sempre “doador de vida”: dilata o coração, ressuscita o que está morto em nós, desperta o que dorme, põe em movimento o que ficou bloqueado. Recebemos de Deus uma vida nova: “eis que faço novas todas as coisas” (Ap21,5), nos diz o Senhor.
Há mais de três meses estamos convivendo com as dificuldades decorrentes desta pandemia do Coronavírus que assola toda a humanidade. Em meio aos conflitos sócio-político-econômico, são muitos os sofrimentos: perdas de entes queridos, incertezas, falta de saúde, de recursos, desempregos, impossibilidade de exercer atividade profissional e impossibilidade de freqüentar ativamente à vida de nossa comunidade eclesial: movimentos, pastorais; esses acontecimentos nos assustam e nos colocam em alerta. E, nós cristãos, que vivemos as mesmas realidades de nossos irmãos, não podemos ficar indiferentes à tudo isso. No entanto, não nos deixamos invadir pelo medo nem o desespero, pois “o Senhor está conosco” (Num 14,9). Em meio a tudo isso, reconhecemos, agradecemos e parabenizamos todos e cada um dos profissionais de saúde, voluntários, pessoas generosas que se colocam na linha de frente para ajudar a salvar vidas. Nós, cristãos, ainda mais, rezamos, como o salmista, cheios de fé e esperança, pois: “ Sei que a bondade do Senhor eu ei de ver na terra…, espera no Senhor e tem coragem, espera no Senhor!” (Salmo 26) e acolhemos com alegria a exortação de São Pedro: “Estai sempre prontos a responder para vossa defesa a todo aquele que vos pedir a razão de vossa esperança” (1Pd 3,15).
O lugar privilegiado do encontro e revigoramento da nossa vida é a família, é neste ambiente de convivência que a gente se concebe como pessoa, é a primeira comunidade, constituída por pessoas que, existindo e vivendo juntas, unidas por laços naturais, esponsais, de afeto e de fé, expressam o ideal de comunidade. É na família que se vive as fadigas e as alegrias do trabalho, o amor fraterno, o perdão generoso e, sobretudo, o culto divino pela oração e oferenda de sua vida (cf. CIC 1657). Nesse tempo, em que ficamos mais em casa, somos chamados a construir a Igreja Doméstica. Nunca se ouviu falar tanto Igreja doméstica como nos últimos dias.

A Comunidade Eclesial Missionária, nossa a Paróquia, cujo o significado é: ”para além da própria casa”, rosto vivo da Igreja diocesana; é FAMÍLIA de famílias para todos, especialmente para quantos “estão cansados e oprimidos” (CIC 1658); é o ambiente propício para o encontro com Deus e com os irmãos de fé. Nas palavras do Papa Francisco, criar um lar representa criar uma família na união. “’ Criar um lar’, em suma, é criar uma família. Um lar, todos sabemos muito bem, precisa de cooperação de todos. Ninguém pode ser indiferente ou alheio, já que cada um é a pedra necessária em sua construção. E isso implica pedir ao Senhor que nos dê a graça de aprender a termos paciência, de aprender a perdoar a si mesmo, aprender todos os dias a recomeçar” (Christus Vivit, n.217).

Hoje é um dia de festa. Festa e de todos e para todos; pois, o Pai e o Filho nos enviam o Espírito Santo, que nos une na mesma fé, esperança e caridade; formamos o corpo místico, que é a Igreja do Senhor. O sinal inspirador de comunhão eclesial é a Santíssima Trindade, que espera o nosso testemunho de unidade: “que todos sejam um, assim como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que também eles estejam em nós e o mundo creia que tu me enviaste”(Jo 17,21). Que os dons de Sabedoria, de Inteligência, do Conselho, da Fortaleza, de Ciência, da Piedade e do Santo Temor de Deus, derramados sobre nós, possam gerar em nossos corações, cristãos deste tempo, mais esperança, alegria e coragem audaciosa para continuarmos a escrever, com o nosso testemunho de fé, a história da Diocese de Ipameri.

Confiemo-nos à Santíssima Virgem Maria, afim de que, como ela, obediente a Deus Pai, sejamos cheios do Espírito Santo e anunciemos, com o nosso testemunho, Jesus Cristo Ressuscitado, reacendendo nos corações a chama da esperança e da felicidade definitiva no Reino dos Céus.

Com a minha bênção,

Dom José Francisco Rodrigues do Rêgo
Bispo de Ipameri