“Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora e Assembleia do Povo de Deus vão nos ajudar muito a crescer em vida comunitária”, afirma Dom Waldemar

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O presidente do Regional Centro-Oeste da CNBB, Dom Waldemar Passini Dalbello, disse em entrevista, logo após a Reunião da Comissão Permanente de Avaliação (CPA) que aconteceu no dia 18 de maio, que as novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE) e a Assembleia do Povo de Deus que acontecerá em outubro, “vão nos ajudar a crescer muito em vida comunitária”. Segundo ele, a pequena comunidade que se torna missionária, é “luz na sociedade e cativa também outros irmãos para a vida da Igreja no seguimento de Nosso Senhor Jesus Cristo”.

Dom Waldemar deixou claro que o conteúdo principal da Assembleia do Povo de Deus do Regional Centro-Oeste, que acontece a cada quatro anos, são as DGAE. Durante a reunião do CPA, ele disse que o grupo teve um primeiro contato com o texto aprovado pelos bispos do Brasil na 57ª Assembleia Geral da CNBB. “Embora o documento ainda não tenha sido lançado, pudemos reconhecer o grande desafio que a sociedade nos propõe: uma Igreja acolhedora que em pequenas comunidades é capaz de acompanhar as pessoas nas suas diversas situações, inquietações e buscas”.

Na Assembleia do Povo de Deus, conforme o bispo, o conteúdo das DGAE e seus objetivos serão realçados para que a sua missão seja cumprida no Regional Centro-Oeste. “Nós queremos na Assembleia ajudar os coordenadores das pastorais do regional e das dioceses, terem essa percepção de como nós somos chamados a viver em comunidade, assumindo aquele modelo das comunidades dos Atos dos Apóstolos (2, 42) como uma proposta para a Igreja nos dias de hoje”, esclareceu Dom Waldemar.

Fundamentação 
Para além da vida eclesial, as novas Diretrizes da Ação Evangelizadora se debruçam sobre a análise cultural da atualidade. Isso porque a cultura urbana, essência do documento, está presente hoje onde as pessoas vivem, seja na zona rural, nas pequenas cidades ou nos grandes centros urbanos. Dom Waldemar destacou que a evangelização precisa atingir quem vive em qualquer desses ambientes. “Nós estamos numa cultura eminentemente urbana. Mesmo quem vive numa pequena cidade, no campo, ou na zona rural, sofre influência dessa cultura que tem muitos valores, mas muitas vezes deixa a pessoa isolada, solitária, ela propõe muito, mas inclui pouco”, disse.

O bispo salientou que o documento está muito atento à pessoa humana. “A nossa sociedade tem muitas riquezas, mas distribui pouco sua riqueza cultural, possibilidades de crescimento pessoal, educacional, mesmo relacional e as DGAE estão muito atentas ao homem, à mulher, ao jovem. O Evangelho, nesse sentido, como sempre foi, é esperado e nós recorremos também à bagagem da tradição da Igreja, a experiência dos primeiros séculos em tempos de paganismo. É a experiência que nós hoje assumimos com muito cuidado porque ela se aproxima da resposta que deve ser dada nos tempos atuais de um neopaganismo”, esclareceu.

Evangelização missionária
A reflexão sobre a sociedade de hoje não é uma crítica, conforme ressaltou Dom Waldemar. Diante do contexto social e cultural urbano, ele disse que a evangelização precisa estar próxima das pessoas. “O Evangelho hoje é esperado com um forte acento relacional. Ele nos propicia encontro, gera amizade, fraternidade, acompanhamento, cuidado, resgata da solidão, dá sentido para buscas comuns”. Isso porque é papel da evangelização também colaborar no desenvolvimento humano e social. “Não é só a comunidade que se encontra e fica feliz de estar reunida, mas também aquele grupo que se propõe a conquistas, metas, e une forças. E assim cada membro cresce, desenvolve a partir do seu potencial colaborando na conquista das metas que pode ser religiosa e espiritual, mas também cultural, social, sócio-política. Tem várias vertentes que vão depender da sensibilidade de cada pequena comunidade que vai sendo formada”. Por fim, Dom Waldemar disse que a comunidade deve ser um lugar de impulso. “A pequena comunidade é solução para a pessoa enquanto lugar de encontro, mas ao mesmo tempo ela é lugar de impulso, propulsão, que lança a pessoa a, para realizar os seus objetivos elevados na vida com os irmãos de comunidade. Nesse sentido que nós estamos percebendo que a cultura urbana nos desafia a apresentar o Evangelho com esse rosto muito comunitário e decididamente missionário”, concluiu.