O ano em que o Laicato acertou os ponteiros

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Na Carta ao Cardeal Ouellet, o Papa Francisco, referindo-se ao chavão, que tinha chegado a hora do Laicato, comentou que o relógio parecia ter parado. O Ano Nacional do Laicato, entre muitas propostas e iniciativas temáticas, tratou de acertar os ponteiros do relógio com a história.

Diante do desafio de uma Igreja em Saída, Corpo de Cristo encarnado na história, e uma Igreja toda ministerial de discípulos missionários, o Laicato foi convidado a repensar com alegria sua vocação, identidade, espiritualidade e missão. Celebrar, também, a caminhada já feita, especialmente do Concílio Vaticano II para cá, com o aporte entusiasta de São João Paulo II, na Christi Fideles Laici (Encíclica pós-sinodal sobre o Apostolado dos leigos).

Um Laicato generoso e multiforme, com rostos diversos, experiências eclesiais e sociais diferenciadas, todas buscando servir e testemunhar o Reino no mundo de hoje. Redescobriram-se sujeitos na Igreja e no mundo, e nessa dupla cidadania, ser mundo no coração da Igreja e ser Igreja no coração do mundo. Laicato com maturidade e espiritualidade secular, que encontra a Cristo nos seus afazeres e labutas tentando refletir sua presença como Sal da Terra e Luz do Mundo.

Mas, também, como convida a Christi Fideles Laici, dar frutos, deixar um legado, de participar mais de uma cidadania atuante e comprometida na elaboração, implementação e fiscalização de políticas públicas abrangentes e democráticas, fazendo acontecer uma sociedade plural e convergente no bem comum. Na Igreja, viver e construir a sinodalidade, participando dos Conselhos próprios do Laicato, (CNLBs Nacional, Regionais e Diocesanos) e os Conselhos de Pastorais (Assembléia Nacional dos Organismos do Povo, Conselhos Pastorais Diocesanos e Paroquiais). Recriar novos ministérios, da Palavra, da Coordenação, da Animação Pastoral, Asssessorias.

O importante, é culminar o Ano e garantir um processo permanente de formação, articulação e organização, ação evangelizadora e mística e espiritualidade laical, a serviço do Reino e fiéis, a opção preferencial pelos pobres. Que a família de Nazaré, que se tornou o Estandarte deste Ano Nacional do Laicato, abençoe, ilumine e impulsione sempre para a missão nossos queridos irmãos (ãs) leigos e leigas. Deus seja louvado!

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)